USP quer estimular empreendedorismo

Por Aldrin Jonathan

Diante de cenário nacional favorável, a USP pretende estimular o empreendedorismo na Universidade apoiando empresas nascentes de bases tecnológicas. De acordo com resolução aprovada em dezembro do ano passado, a instituição, por meio da Agência USP de Inovação, poderá se responsabilizar pela divulgação, fomento e análise da viabilidade de criação de empresas inovadoras.
A USP pretende promover eventos, realizar convênios com entidades de fomento e disseminar informações sobre incubadores e parques tecnológicos. “Há uma efervescência empreendedora na Universidade”, é o que considera o professor do Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU), Ary Plosnky. Para ele, a iniciativa de apoio ao empreendedorismo deve criar, gerenciar e favorecer inovação.
“A USP poderia tornar as ações existentes mais familiares à graduação, além de ajudar principalmente as iniciativas dos próprios estudantes”, é o que considera o docente da Escola Politécnica que desenvolve projeto de startup, Maurício Menossi. Para ele, os alunos precisam de orientação sobre o tema principalmente nos primeiros anos do curso. A instituição tem a intenção de despertar no aluno o espírito empreendedor.

Mercado inovador


O Brasil é o país mais empreendedor do mundo: três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio, de acordo com a pesquisa mundial GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Ainda segundo os dados, a quantidade de empreendedorismo de oportunidade, criação de métodos inovadores aliados a conhecimentos universitários, ultrapassou o de necessidade, negócio geralmente informal para a sobrevivência financeira. “È um reflexo de que mais gente foi picada pelo entusiasmo do empreendedorismo”, considera Ary Plonsky.
Na Universidade, “os empreendedores são alunos que vivenciaram momentos de autonomia no meio acadêmico e apresentam competência de gestão”, de acordo com Artur Vilas Boas, responsável pelo NEU. Para ele é importante capacitar e estimular os novos inovadores. Desenvolvedor do projeto Água Livre, o estudante André Bain credita sua inspiração ao caráter pessoal: “O estímulo de querer ser empreendedor veio de mim”. Bain teve aulas de empreendedorismo em intercâmbio na Austrália e acredita que a Universidade deve incentivar a inovação como alternativa de carreira e de trabalho.
Até então pulverizadas, as práticas empreendedoras na Universidade eram fomentadas por grupos estudantis e de docentes, como o Núcleo de Empreendedorismo da USP, que vem criando uma rede de inovação para suporte e desenvolvimento de startups. O resultado foi positivo: cerca de 70 disciplinas com a temática empreendedora foram criadas, além do 1º mestrado em empreendedorismo do Brasil pela Faculdade de Economia e Administração. Startups de sucesso foram criadas por alunos da USP, como o aplicativo Kekanto e o portal Veduca.